🌐 O Direito diante da Inovação
Da IA no Judiciário às novas regras sobre audiências, a semana mostrou como inovação e Direito caminham juntos.
Avanços tecnológicos e decisões estratégicas reforçam o papel da advocacia em equilibrar modernização e garantias fundamentais.
🗓️ Manchetes da Semana
OAB propõe aperfeiçoamento em regras de gravações de audiências e sessões
Na última segunda-feira (25), o Conselho Federal da OAB apresentou sugestões de ajustes à minuta de resolução conjunta do CNJ e do CNMP sobre gravações de audiências e sessões. O parecer aprovado reforça que o direito de advogados gravarem atos processuais é pleno e não pode ser restringido por normas, devendo ser garantido mesmo na ausência de equipamentos públicos, desde que observada a LGPD.

A proposta da OAB busca assegurar transparência, segurança processual e igualdade de armas entre as partes, permitindo que a gravação seja feita por meios próprios, inclusive por celular, quando não houver recursos disponíveis nos tribunais. A medida pretende evitar lacunas que possam comprometer a defesa ou a produção de provas.
📌 Para a advocacia, a iniciativa reforça garantias fundamentais: amplia a confiabilidade dos atos processuais, fortalece a possibilidade de revisão de nulidades e aumenta a proteção do trabalho do advogado. Ao mesmo tempo, exige responsabilidade no uso e armazenamento dessas gravações, respeitando a privacidade de todos os envolvidos.
Indenização por voo cancelado: STF julgará tema com repercussão geral
O Supremo Tribunal Federal decidiu analisar, com repercussão geral, a controvérsia sobre a indenização por cancelamento de voos. O julgamento definirá se deve prevalecer o Código de Defesa do Consumidor (CDC) ou o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) na regulação da responsabilidade das companhias aéreas em casos de atrasos e cancelamentos.
A decisão terá efeito vinculante para todo o Judiciário, impactando milhares de ações em andamento no país. O tema também toca diretamente no equilíbrio entre a proteção do consumidor e a segurança jurídica das empresas aéreas, envolvendo questões de indenização por danos materiais e morais.

Para a advocacia, o julgamento representa um marco estratégico:
Escritórios que atuam em direito do consumidor precisam se preparar para ajustar suas teses conforme o entendimento fixado.
Departamentos jurídicos de companhias aéreas deverão revisar contratos, políticas internas e formas de lidar com reclamações.
A definição do STF pode reduzir a litigiosidade e trazer previsibilidade, mas também exigirá atenção redobrada na argumentação e acompanhamento da jurisprudência.
Vítimas de violência poderão evitar contato com agressor em audiência
O Projeto de Lei 1.977/2025, aprovado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, garante à mulher vítima de violência doméstica o direito de não participar de audiências judiciais na presença do agressor. A proposta altera a Lei Maria da Penha e busca reduzir situações de revitimização, assegurando maior proteção psicológica e respeito à dignidade das vítimas durante o processo. O texto segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Se aprovado, o PL terá impacto direto na dinâmica das audiências, exigindo adaptações por parte de juízes, promotores e advogados. A mudança fortalece a centralidade dos direitos humanos no Judiciário e traz novos parâmetros de atuação em casos de violência doméstica, com reflexos tanto na prática processual quanto na proteção integral às vítimas.
🤖 Radar Tech
ADA: a inteligência artificial do TJAC que já é destaque nacional em inovação
Nas últimas semanas, o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) apresentou a Assistente Digital Ampliada (ADA), a primeira inteligência artificial generativa criada por um tribunal estadual no país. A ferramenta, desenvolvida pela própria equipe de tecnologia do TJAC, promete reduzir o tempo de tramitação de processos e já conquistou reconhecimento nacional ao ser finalista em um evento de inovação no Judiciário.

A ADA foi concebida para reduzir o tempo de tramitação processual. Ela consegue ler e resumir documentos, elaborar minutas de despachos, transcrever audiências automaticamente e até conferir a presença de informações obrigatórias em petições e decisões. Com isso, tarefas que antes demandavam horas de servidores podem ser feitas em minutos, liberando tempo para atividades mais estratégicas.
“Estamos diante de um marco para o Judiciário. A ADA foi pensada para dar mais agilidade aos processos, sem abrir mão da ética e da segurança das informações”, afirmou o presidente do TJAC, desembargador Laudivon Nogueira.
A ADA não substitui decisões humanas — todas permanecem sob responsabilidade de magistrados e servidores. Mas ao automatizar tarefas repetitivas e oferecer respostas rápidas a prompts jurídicos pré-definidos, a ferramenta cria um ecossistema mais ágil e confiável, aproximando o Judiciário da sociedade.
Inteligência artificial já está em quase todos os lares do país
De acordo com pesquisa realizada pelo Observatório Fundação Itaú em parceria com o Datafolha e divulgada pela CNN Brasil, 93% dos brasileiros já utilizam ferramentas baseadas em inteligência artificial no dia a dia — ainda que apenas 54% afirmem entender o que o termo realmente significa. O dado revela um paradoxo: a IA está cada vez mais presente, mas a percepção sobre seus limites, riscos e responsabilidades ainda é incipiente.

Esse contraste entre presença e compreensão aponta para um caminho inevitável: além de dominar a tecnologia, a sociedade precisará aprender a interpretá-la. Para o Direito e para a advocacia, o desafio será acompanhar essa transformação de forma discreta, garantindo que o uso da IA caminhe lado a lado com princípios de segurança, ética e governança. Afinal, a inteligência artificial já não é promessa de futuro — é realidade que molda decisões, relações e responsabilidades no presente.
🏆 Dicas da Semana para uma advocacia mais produtiva
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Isso é tudo por esta semana.
📅 Até a próxima segunda, com mais decisões, tendências e ferramentas que movem a advocacia.
Redação Direito ao Ponto, por Freelaw. 💜